Definições, discussões e comentários sobre o Guia do Scrum — Parte 1

Gabriel Norde
4 min readNov 5, 2020

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Recentemente comecei a estudar para a certificação “Professional Scrum Product Owner I” da Scrum.org. Como forma de estudo fiz resumos do “Guia do Scrum — Um guia definitivo para o Scrum: As regras do Jogo” escrito por Ken Schwaber and Jeff Sutherland. Neste post, vou deixar minhas anotações, além de tentar incentivar discussões sobre o que está escrito no livro, que é a base do framework, das certificações e de diversos times que utilizam-se do Scrum.

Antes de começar tenho duas considerações: Utilizei a versão de 2017 do Guia do Scrum e deixarei um dicionário no final do post para auxiliar em termos que ainda não foram discutidos.

Scrum é um framework

A primeira discussão do guia é sobre esse tópico. Em outras palavras, o Scrum não é uma metodologia, uma técnica ou um processo.

Framework pode ser traduzido como estrutura. No nosso contexto, a estrutura é focada em problemas complexos e adaptativos entregando o máximo de valor possível a cada entrega, sendo algo que embasa e oferece regras, eventos, artefatos e papéis pré-definidos.

Portanto é algo que define os passos iniciais e permite que qualquer time trabalhe em cima disso, podendo sofrer variações estratégicas específicas.

Complexidade é um ponto central

Para lidar com a complexidade o Scrum utiliza-se de três pilares fundamentais: Transparência, Inspeção e Adaptação.

Transparência engloba diversos aspectos:
- É imperativo que o time tenha uma linguagem comum sobre tudo o que é discutido. Diminuindo o atrito na hora de passar informações e na hora de discutir implementações;
- Todo as informações importantes para os processos do Scrum devem estar visíveis para todos os interessados no projeto;
- Deve haver um consenso sobre o conceito de “Pronto” (Definition of Ready — DoR). O “Pronto” descreve as condições que devem se satisfazer para que os entregáveis feitos pelo time de desenvolvimento estejam prontos para entrarem em produção.

Inspeção:
- É o momento em que os usuários do Scrum inspecionam os artefatos;
- Inspecionasse o progresso em relação aos objetivos da Sprint;

Adaptação:
- A partir da inspeção são identificados pontos que devem ser corrigidos para atingir os objetivos da Sprint;

Para realizar os dois últimos pontos são feitos os seguintes eventos: Planejamento da Sprint, Reunião Diária, Revisão da Sprint e Retrospectiva da Sprint.

Antes de entrar nos eventos são expostos valores que devem existir em todo o time que pratica o framework: Comprometimento, Foco, Coragem, Abertura, e Respeito. Como dito por Ken Schwaber and Jeff Sutherland:

“O Sucesso no uso do Scrum depende das pessoas se tornarem mais proficientes na vivência destes cinco valores. As pessoas se comprometem pessoalmente em alcançar os objetivos do time Scrum. O Time Scrum precisa ter coragem para fazer a coisa certa e trabalhar em problemas difíceis. Todos focam no trabalho da Sprint e nos objetivos do Time Scrum. O Time Scrum e seus Stakeholders concordam em estarem abertos a todo o trabalho e aos desafios com a execução dos trabalhos. Os membros do Time Scrum respeitam uns aos outros para serem pessoas capazes e independentes.”

Agora vou dar minha opinião sobre alguns tópicos

O framework do Scrum nos fornece regras simples de como atuar em times, porém o que torna o trabalho exponencialmente mais difícil é o ambiente de complexidade e incerteza em que estamos inseridos.

É necessário alguma experiência para conseguir tomar decisões que levam em consideração todas as partes interessadas, é difícil atribuir valor a uma feature, é difícil estimar o tempo de uma tarefa e também é difícil conseguir realizar as reuniões fundamentais do Scrum da forma correta sem cometer erros que podem atrapalhar o desenvolvimento.

Devemos ser o mais claros e explicativos possíveis para que a transparência realmente aconteça. É muito comum cada pessoa de um time entender uma tarefa de uma forma diferente, mesmo a diferença no entendimento seja pequena isso pode gerar problemas no futuro.

No meu caso, consegui me desenvolver nas empresas em que trabalhei, pois tive muito abertura para tirar dúvidas sobre qualquer decisões de produto que estava pensando em tomar. Sendo isso essencial para conseguir ingressar no mundo de desenvolvimento de Produtos Digitais e me tornar um Product Owner com confiança para tomar as decisões embasadas em dados e que trazem mais valor para o produto.

Por enquanto é isso pessoal, em breve postarei sobre os papéis no Scrum e sobre os eventos no Scrum. Espero que tenham gostado!

Dicionário

-Sugiro esse vídeo do Papo Ágil para entender melhor o que é “Pronto”;
- Sugiro esse vídeo da Agile School para entender o que é um framework;
- Sugiro esse vídeo da Invilla para entender o que é Sprint e Sprint Planning;
- Sugiro esse vídeo da Invilla para entender o que é reunião Diária, Revisão da Sprint e Retrospectiva da Sprint;

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Gabriel Norde

Trabalho como Product Owner há 2 anos. Estou sempre estudando para entender melhor o mundo de desenvolvimento de Produtos Digitais.